sábado, outubro 28, 2006

Como pode?

Que não existe "jornalismo livre"a gente já descobriu. Haja vista os donos de jornais serem chamados de "doutor" sem serem nem médicos, nem advogados, nem, muito menos, doutorandos. Mas tudo bem, a gente ainda tem esperanças de que algo possa mudar, e que, na essência, continuaremos pensando a nossos modos até que o jornalismo deixe nossas retinas fatigadas.
Pois bem, eu entendia que a não existência desse "jornalismo livre" para os jornalista atuantes era o fato de não poderem publicar tudo o que queria por restrições de anunciantes ou donos de jornal. Aprendi, porém, que o jornalista acaba por "vestir a camisa". Por osmose, ele assimila as políticas editoriais do jornal a ponto de não pensar mais no que não está por lá e ignorar os reais problemas da sociedade. Mas, também me ensinaram (S2) que podemos tentar evitar isso e vestir apenas um "Bustiê" da empresa, com risco de perder o emprego mas sem ir contra principios éticos. Só não tinha percebido que tem gente que veste a "burca da empresa" e ignora erros cometidos e acredita piamente em algo duvidoso e até falso.

Vocês devem estar se perguntando "por que a manu tá falando tudo isso?"

é assim, alguns devem estar interados, outros só informados: a Carta Capital entrou em uma verdadeira cruzada contra o que ela chama de "a trama que levou ao segundo turno", na qual ela acusa a Globo, a Veja e vários outros meios de comunicação de mentirem e atrapalharem o andamento das eleições presidenciais do primeiro turno. Ela encontra seus principais argumentos no caso das fotos do dossiê e acusa a Globo de ter obtido informações privliegiadas e na ausência de, ao menos, uma nota sobre a queda do avião da Gol na edição da sexta feira antes da eleição.
Sem mais delongas, após uma resposta, em anúncio pagona revista de Mino Carta, de Ali Kamel, diretor de jornalimso da Vênus Platinada apelidado de Ratzinger do Jardim Botânico, uma série de jornalistas assinaram uma carta e a enviaram para diversos meios de comunicação em que reiteravam o que Kamel disse e afirmam ser o jornalismo da Globo isento e honesto e outras historinhas pra boi dormir. Como podem ser tão capachos?

Pra quem assina o COmunique-se (se não assinaram, façam isso urgente!) o link é esse

Pra quem não assina aqui vai uma versão editada desse "Manifesto Globista" (grifos meus):

Com revolta, perplexidade e pesar, nós, jornalistas da Rede Globo, nos vemos no dever de denunciar a insistente tentativa de atingir nossa honra e nossa correção profissional por alguns supostos colegas nestes dias que antecedem o encerramento das eleições 2006.
A despeito da descrição minuciosa já divulgada pela emissora do nosso esforço para apurar com precisão as primeiras informações sobre o acidente aéreo de 29 de setembro na Amazônia, o fato de não termos conseguido obter dados fundamentais para a publicação da notícia ainda naquela edição do Jornal Nacional, mas, sim, poucos minutos depois, acabou sendo utilizado para atacar nossa idoneidade com uma impostura covarde: a acusação caluniosa de que teríamos sonegado a informação sobre o acidente, no Jornal Nacional, com motivação política.
Em nome de nossa honra, queremos registrar publicamente o repúdio aos caluniadores – sejam eles movidos por paixões partidárias ou por outras razões que desconhecemos.(...) Nosso esforço, em nossas carreiras profissionais, na Globo e em outras empresas por que já passamos, é o mesmo de todos os que amam o jornalismo responsável: divulgar, antes dos concorrentes, a notícia que apuramos. Foram angustiantes aqueles momentos em que tentávamos, de todas as maneiras, divulgar a notícia a contento antes do “Boa Noite” do JN. É um daqueles momentos dramáticos que só quem trabalha em redação vivencia. (...) É o preço de se fazer um jornalismo responsável.O que não toleramos é que, no caso dos profissionais da Rede Globo, a nossa postura correta de cautela e busca da precisão seja transformada numa mentira covarde e desonesta de um certo grupo de detratores. Estes, sim, traidores de um compromisso ético do jornalismo – porque nos acusam sem o menor pudor, sem conhecimento nenhum de nossos procedimentos.
Em nome de nossa honra, nós, jornalistas da Rede Globo, registramos publicamente nosso repúdio às calúnias que têm sido feitas contra nosso trabalho na cobertura das eleições 2006 (ahn? não era sobre a gol?? cadê as respostas quanto a isso?) . Somos jornalistas compromissados com a nossa profissão. Confiamos cada um no trabalho do colega ao lado. Jamais tomaríamos parte de complôs de natureza partidária, ou de qualquer outra, que, na verdade, têm vida apenas na cabeça daqueles que, dominados pela paixão política, não se envergonham de caluniar profissionais honestos. Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Belém e Manaus, 27 de outubro de 2006


ce ça, mes amies.