quarta-feira, dezembro 13, 2006

também sentirei muitas, muitas saudades, mas

precisei vir aqui contar esse causo que acabou de me acontecer.

Eis que minha mãe resolve limpar a caixa d'água e trocar as cortinas da casa, né. Pra isso, contrata um cara do tipo faz-tudo. Enquanto o cara trabalha na cortina, quieto, na dele, eu desço correndo a escada e digo pra mãe que ela precisa buscar meu sobrinho no médico, e logo, porque vou sair com o carro dali a pouco. OK, ela vai e eu me dirijo à geladeira em busca de alguma coisinha boa pra beliscar antes de sair.

E aí entra o cara da cortina:
- Desculpa, moça, mas você tem quantos anos?
- Dezoito. Por quê?
- Ah, nada não. Achei que você já tivesse fazendo faculdade...
- Mas eu estou fazendo faculdade.
- E por acaso seria advocacia?
- Não, por quê?
- Porque você tem uma voz autoritária. Até o jeito de falar autoritário, sabe, parece que quando você abre a boca pra falar você já sabe que vai falar uma coisa... exata.
- Ah... autoritária?
- É.
- Não, não (levanta e tira o potinho de flan da mesa). Eu faço Jornalismo.
- Ah, mas é irmão.
- (pára) Irmão?
- É, irmão da advocacia. Vive atrás da verdade. Abre a boca e fala tudo que é verdade, aliás que acha que é verdade né, como se fosse o dono da verdade, como se fosse a única pessoa a saber de tudo. Tudo autoritário, exato. Profissão autoritária também. Combina com a tua voz então, viu? Meio autoritário, metido, sabe-tudo.
- (cara de besta) . . .