quarta-feira, abril 23, 2008

sex is the new pizza

desculpa aí o paint, galeragem.


Sexta feira, corpos cansados saídos de uma reunião deveras estafante (cof), seguimos para o boteco, único futuro certo do momento atual de nossas vidas (deus, ultimamente sou tão roteirista de novela do sbt). Presente na mesa, ME1, ME2, ME3, Chico e mais algumas almas sendo lavadas em cerveja e bacon frito.



ME1 começou, na ponta esquerda (ahn? ahn?) da mesa, um debate interessantíssimo e inovador (cof_2) sobre a situação atual dos movimentos sociais e suas consequências. Papo restringido entre ME1 e o professor de Teoria da Comunicação, óbvio, afinal, o bacon estava ali e nenhuma outra língua preferia o MST ao gostinho gorduroso de banha de porco frita.



Ao mesmo tempo, região central da mesa, ME2 arranja seu próprio casamento, pensando, é claro, na combinação perfeita dos nomes dos seus três primeiros filhos. Nada muito interessante, a não ser pelo fato de sua futura terceira filha se chamar Amélie Pouletto.



ME3, no extremo direito da mesa, transita entre as últimas notícias, as peripécias européias (ou do baile do Texas) do Chico, a possibilidade das equações saudáveis envolvidas no ato de comer um pote de bacon frito em um boteco da Reitoria com um garçom deveras atrevido.



Nada de muito inovador resultaria de tais núcleos de conversa, queridos amigos, não fosse pelo fato de todas as animadas conversações descritas culminarem em um mesmo ponto: SEXO. Independente dos caminhos percorridos para isso (podia ser quem o Chico comeu em jacarezinho, quem o Sandoval não conseguiu comer, quantas vezes ME2 teria de dar - e de quanta coragem precisaria - para conseguir seus filhos, se deu ou não deu quando foi na 'casa de moças', quantas o professor de Teoria da Comunicação comeu antes de se tornar um cara sério e substituir as trepadas de sexta à noite por discussões de esquerda no bareco, qual foi o tempo máximo de ME1 sem tirar e o que é que ME3 faria depois das aulas de francês), tudo acabava sempre na mesma.



Público leitor, não me interessa aqui os motivos do acontecido: tínhamos na mesa pessoas sexualmente ativas, pessoas em stand by e pessoas com necrose por falta de uso. O que interessa, no fundo, é que fodam-se notícias quentes de telejornais sensacionalistas, fodam-se consequências da (falta de) reforma agrária, fodam-se os perigos do bacon frito ou o garçom que com certeza cuspiu no lanche da Manu. No fundo, no fundo, tudo sempre acaba em sexo.